Mil vidas que se vão! É triste e sibilino
o fado sem razão de lagrimar eterno.
Mil vidas que se vão sem harpa ou violino,
sem ósculo atenção, qual verdadeiro inferno.

Rechaço esse refrão! Transformo a angústia e ensino
que a Fé traz Esperança e há Sol até no inverno.
Atrás desta vidraça e em choro campesino,
solfejo uma oração, qual flor que em mim externo.

- Oh, vida que se vai! Conquista o paraíso
do vento que perpassa e guarda o teu segredo.
O sonho ali se faz ao som de beijo inciso.

- Oh, vida que voeja! Há ninho em cada estrela
e abraço fraternal de um reviver sem medo.
A Morte traz beleza e só nos resta vê-la!

Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Piquete, 15 de agosto de 2020 – 13h56