RECEBE PRÊMIO CAMÕES DE LITERATURA 2012
DALTON TREVISAN
Dados biográficos
Dalton Jérson Trevisan (Curitiba, 14 de junho de 1925) é reconhecido como um importante contista da literatura brasileira por grande parte dos críticos do país. Não obstante, é avesso a entrevistas e exposições em órgãos de comunicação social, criando uma atmosfera de mistério em torno de seu nome. Por tal motivo recebeu a alcunha de "Vampiro de Curitiba", nome de um de seus livros. Assina apenas "D. Trevis" e não recebe a visita de estranhos.
Trevisan trabalhou durante a sua juventude na fábrica de vidros da sua família e chegou a exercer a advocacia durante 7 anos. Quando estudante de Direito, Trevisan costumava lançar seus contos em modestos folhetos. Liderou o grupo literário que publicou, entre 1946 e 1948, a revista Joaquim. O nome, segundo o autor, era "uma homenagem a todos os Joaquins do Brasil". A publicação tornou-se porta-voz de uma geração de escritores, críticos e poetas. Reunia ensaios assinados por Antonio Cândido, Mário de Andrade e Otto Maria Carpeaux e poemas até então inéditos, como "O Caso do Vestido", de Carlos Drummond de Andrade. A revista também trazia traduções de Joyce, Proust, Kafka, Sartre e Gide e era ilustrada por artistas como Poty, Di Cavalcanti e Heitor dos Prazeres. Em 1954 publicou o "Guia Histórico de Curitiba", "Crônicas da Província de Curitiba", "O Dia de Marcos" e "Os Domingos" ou "Ao Armazém do Lucas", edições populares à maneira dos folhetos de feira.
Inspirado nos habitantes da cidade, criou personagens e situações de significado universal, em que as tramas psicológicas e os costumes são recriados por meio de uma linguagem concisa e popular, que valoriza os incidentes do cotidiano sofrido e angustiante. Publicou também "Novelas Nada Exemplares" (1959) e ganhou o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro. "Morte na Praça" (1964), "Cemitério de Elefantes" (1964) e "O Vampiro de Curitiba" (1965). Isolado dos meios intelectuais e concorrendo sob pseudônimo, Trevisan conquistou o primeiro lugar do I Concurso Nacional de Contos do Estado do Paraná, em 1968. Escreveu depois "A Guerra Conjugal" (1969), posteriormente transformada em um premiado filme, dirigido por Joaquim Pedro de Andrade, "Crimes da Paixão" (1978) e "Lincha Tarado" (1980). Em 1994 publicou "Ah, é?", obra-prima do estilo minimalista. Seu único romance publicado é "A Polaquinha".
Prêmio Camões 2012
Dalton Jérson Trevisan, um dos mais importantes e premiados escritores brasileiros, foi eleito por unanimidade vencedor do Prêmio Camões de 2012. O prêmio foi anunciado em Lisboa pelo secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas. Esta é a 24ª edição do prêmio. O vencedor recebe 100 mil euros, além do prestígio que a honraria confere ao vencedor.
Como tem sido habitual ao longo dos anos na conferência de imprensa o júri leu a ata da reunião, apresentando as razões justificativas da escolha do premiado: "Dalton Trevisan significa uma opção radical pela literatura enquanto arte da palavra. Tanto nas suas incessantes experimentações com a língua portuguesa, muitas vezes em oposição a ela mesma, quanto na sua dedicação ao fazer literário sem concessões às distrações da vida pessoal e social”.
Ao receber a notícia, Trevisan disse: "Me ligaram da Biblioteca Nacional [brasileira] agora para dizer que ainda não anunciaram o prêmio porque queriam falar com o Dalton primeiro e queriam saber como. Estamos tentando falar com ele para lhe dizer. Ele não fala nem conosco. Só responde por fax e às vezes liga para a gente para alguma coisa muito prática. Envia os originais em papel."
Quanto à hipótese de Dalton Trevisan não aparecer para receber o prêmio por causa da sua reclusão, Francisco José Viegas afirmou que o júri é autônomo em relação a isso. "Esta é uma decisão do júri que decidiu isto independentemente de qualquer impossibilidade que se manifeste de seguida. Esta decisão é uma decisão de natureza literária e de natureza cultural e não tem a ver com esses imponderáveis. Tratou-se de uma escolha livre e independente, uma escolha a montante dessas questões.”
Fontes de pesquisa:
Wikipédia
Paraná Online
Revista Sina
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 06/07/2020
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