Canção do amor incapaz
I
Ao último refrão da sinfonia
glorifiquei o Amor Eterno
na Efêmera Paixão.
A sede pelo viver
ultrapassou o silêncio
da solitude almejada.
Busquei o querer e ser
e fui Sol e Terra
e fusa e semifusa
sem luz ou chão...
II
Quis a principesca juventude
do Amor que recomeça
aos périplos da Razão.
Foram tantas as muralhas
que não se ergueram
intrépidas e viris.
Busquei um pensamento
que fosse somente meu
e me fundi às mínimas
e semínimas de outro alguém...
III
A insistente saga desse desejo
fez-me bruxa e feiticeira
ao olhar de quem vê e lê.
O exílio das mãos se perfez
em ritmo infernal
de loucura e ardor.
Busquei a flor do sorriso
no andamento da alegria
e a encontrei na perfídia
da nota musical que se esvai...
IV
A vida desafinou
em acordes superpostos
nos compassos da ansiedade.
Claves musicais sem matiz
entrecortaram-se confusas
no peito aflito em dor.
Busquei a musicalidade
da Vida contínua
e fui apenas e tão somente
diapasão sem ressonância.
V
Agora, o inverno faustoso se faz
e a crueldade da Paz
impõe-se altaneira.
Há um adágio solitário
de noturno intermitente
que se dilui em tristeza.
Busquei um concerto eternal
executado em harpas divinais
e o encontrei nas pautas
desta Saudade que não finda...
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Piquete, 27 de outubro de 2019 – 9h23
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 14/11/2019
Alterado em 14/11/2019
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