Maldição do Amor
Na madrugada insone, um som arrebatado
perfura o meu sentido e o vil silêncio arrosta...
Há coração que pulsa em compassar calado
e um sonho adormecido ausculta sem resposta.
Na madrugada insone, a fruta do pecado
é verso no arrebol de quem o vento gosta...
Há beijo sem saliva e um nada bem-amado
que abraça sem aperto e em mim se faz proposta.
Procuro em fantasia o Amor que é negado
e aspiro no teu cheiro o canto da saudade,
que rasga o peito livre aos poucos enjaulado.
Trafego embevecida esse impreciso rumo
e em pétalas de orvalho ungidas na verdade,
sou flor e sem perfume a solitude assumo.
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Piquete, 6 de junho de 2019 – 4h17
Reeditado em Rio de Janeiro, 21 de setembro de 2019 – 3h19