Eu - poeta - amo densamente,
pois vejo muito em pouco -
tudo é encanto ou drama em excesso!
Ser apaixonado - temo a morte livre
pela simples ausência do viver
e tremo ao amor que não é livre
por medo tolo de sofrer...
A mim - poeta - nada em nada
pois tudo é início ou fim!
Ignoro o Ódio e temo o Amor,
perpetro a palavra em ilusão,
faço do adeus uma saudade,
ou um desejo eterno de morrer.
Passarinho forro - cobiço voar
pelo simples sonho de ser livre
e rejeito a prisão que não seja
a dos braços da pessoa amada...
Eu - poeta-sonho - sofro.
Eu - poeta-razão - morro.
Pelo engano de cobiçar o céu
e, por não dominar a arte
Se, nessa busca egoística,
por inteiro - despetalo -
da verde cor dos meus olhos
e, por inteiro - refloresço -
Perdoa, se penso e te amo!