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Representações estéticas nas relações entre Literatura e Cinema
 
No mundo atual as áreas do conhecimento interpenetram-se de forma enriquecedora e no campo da Literatura não poderia ser diferente. Nesse momento, auscultam-se as relações entre a Literatura e as demais artes, entre essas, a Música e o Cinema.

Analisar (ainda que perfunctoriamente), em níveis teóricos, os liames e querelas existentes entre Literatura e Cinema é deveras inquietante, levando-se em consideração que, nos séculos XIX e XX, a Literatura se coloca no ápice da expressão artística e, na contemporaneidade, o Cinema se aloca no patamar de arte universal, que alcança um grande número de interessados, pelo impacto visual que provoca.

É de sabença que muitas obras literárias são procuradas após a mostra da sua versão no cinema, ou, ao contrário, que a leitura de determinadas obras literárias leva o leitor ao cinema. Citamos os exemplos nacionais de Vidas Secas, Memórias Póstumas de Brás Cubas, O Guarani, O Cortiço e, de alcance mundial, E o Vento Levou, Romeu e Julieta, O Exorcista, O Senhor dos Anéis, O Código da Vinci, Arquitetura da Destruição, entre outros. Não se pode olvidar, entretanto, que Literatura e Cinema são artes autônomas, embora apresentem íntimos pontos de contato, com as modificações pertinentes às características particulares a cada expressão artística.

A representação estética da Literatura é a escrita, a imagem mental; a representação estética do Cinema é o auditivo e o visual. A Literatura é mais rica por provocar a criatividade mental de quem recebe a obra, enquanto o Cinema nos oferece “tudo pronto”, levando-nos a divagar entre imagens e sons. Nesse sentido, o Cinema se perfaz numa nova versão da Literatura, com a intenção de atingir as grandes massas.

Esteticamente, as duas artes se aproximam: ambas são frutos de uma narrativa, assim como ambas sugerem uma ilusão de verdade. A vida expressa-se tanto na tela quanto nas páginas que compõem um livro. Por outro lado, afastam-se, porque a Literatura propõe o significado e o sentido da vida e o Cinema propõe a expressão e o impacto da realidade. A Literatura oferece a representação da realidade, enquanto o Cinema reproduz a realidade. A linguagem literária é rica, subjetiva e emocional; a linguagem cinematográfica é de fácil compreensão, porque o espectador compromete-se com a diversão, com o emocionar-se ou não. O público que aprecia a Literatura passeia por um mundo onírico, que o leva à realidade; o público que aprecia o Cinema, compromete-se com a recepção imediata da realidade.

Cordialmente,
Sílvia M L Mota
Participação no Fórum da Disciplina: Linguagens da Arte e Regionalidades
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 14/07/2018
Alterado em 20/05/2020
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