Era uma vez certa mulher, que se deitava na escuridão da madrugada, entre jasmins e solitude, coberta pelo lamentoso som do uirapuru. Escrevia poemas sem palavras pela relva do poder. Apagava a luz dos vagalumes, enojava-se ao sabor das frutas silvestres de cores invejáveis e ao frescor das águas cristalinas descidas espontaneamente do céu. Mas, deliciava-se aos luares negros, drogando-se ao veneno da fonte erigida ao derredor do seu palácio encantado, rico de mentiras. Acordava cega pelo brilho de cruéis fogueiras e chorava ao perceber, crestados à vaidade, seus cabelos longos. Naqueles momentos, sem ver o sol sentia-lhe o calor e desmaiava de sede e fome. Natureza, o seu nome. Carente de palavras, suicidou-se lentamente.
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Rio de Janeiro, 14 de agosto de 2010 – 13h59
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 09/10/2016
Alterado em 30/10/2016
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