Pelas lúgubres ruas do meu ser e sob a forma de monstro assustador - gótica e sobrenatural procuro-te - verdes olhos chamejam e soluçam cortejos de paixão, que não se traduzem.
Ergo na taça do meu silêncio o sangue quente vertido - de uma jugular qualquer - e esparramo vermelho lascivo pelas bordas dos caninos famélicos em tensão aguda.
A dor em mim persiste e ofereço-me aos demônios - pela graça do teu pescoço ardente - enquanto voo nos meandros da noite, desesperada pela fome atrevida, insana que não se satisfaz.
Hematófago ser, rasgo o corpo, num erótico movimento das asas - e sou mulher e morcego - concomitantemente, como se sozinha pudesse aplacar o desejo que me enlouquece.
Exausta! Amo-te, na minha eternidade e vago errante pelas noites, em busca da tua finita humanidade... Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2014
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 09/07/2016
Alterado em 12/07/2016