José
És José - o doce macho,
que, de menino safado,
virou príncipe encantado
e, sem ter cavalo branco,
nem penacho, nem coroa,
galopa afoito nos versos?
És José - o projetista,
que, poeta na utopia,
vira a noite, vira o dia
e, sem esquadro, nem régua,
só nas teias da beleza
mede a minha solidão?
És José - o bruto frágil,
que, cantor das ilusões,
destrói tantos corações
e, por tantas madrugadas,
mergulha nos meus sentidos
a me ofertar serenatas?
És José - valente e doce,
que, ao carregar solitude,
bendiz o destino rude
e, corre de mundo em mundo,
à procura da verdade
contida no coração?
És José - marcante e forte,
que, arauto da fantasia,
frente ao sonho se extasia
e, dobra esquinas do afago,
matando deuses de fogo,
a procurar-me, vadia?
És José? Sou-te Maria?
Quantos sonhos delirantes!
Quantas buscas incessantes!
Eis-me aqui a me enlevar...
Mas, se mesmo te encontrei,
o quê faço agora, José?!!!
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 26 de setembro de 2009 – 2h05
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 31/01/2014
Alterado em 28/06/2020
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