Beba-me, sou tua!
Ergo a taça perfumada
pelo meu batom
e na transparência profana
da minha beleza
observo-te o reflexo do rosto
num desejo sem cor
matizado de pecado!
Ergo a taça perfumada
pelo gosto do meu sexo
e na cantilena afinada e triste
do cristal desonrado
deixo-te beber gota a gota
o virginal vermelho
que escorre do meu corpo!
Ergues a taça quebrada
ao barulho e ao gosto do teu som
desafinado, amargo... e mentiroso!
Sou a taça quebrada
e o vinho tinto erguido pela tua vaidade
é o sangue da pureza que não merecias!