Apesar do entardecer... / existe luz no meu olharNatália Canais Nuno e Sílvia MotaRepito recordações vezes sem conta,acendo todas as saudadese o peito me dói- tudo e tanto de uma só vez! -Fugaz como um sonho o tempo se foi.Fulgaz o passado tatuou-se ao meu peito...O tempo que passou assim,deixou flores carmesim...Permanecerei tranquila e serena,serei mansa e quieta.Sem pena de mim!Sem sombras do passado em mim...Não falarei das incertezas que sinto,nem discutirei os medos nem as desilusões.Aqui no final de todos os finais,neste momento no qual o futuro se aproxima.O meu céu é já indistinto.Meu luar não possui cor de prata...Meu sonho a vida pisou demais,sou nuvem sem chuva...Meu grito chega confusoe não mais existem ecos definíveis.A vida passou como uma enxurrada,arrastando-me sem defesa a malcriada...O tempo apoderou-se como intrusoe nas ampulhetas vazou lágrimas sem destino,tal pássaro predador que passa e não deixa nada!Nem mais sei voar! Nem mais sei sonhar!O pensamento em estardalhaço põe-me a tremere espalha um colorido baço na memória...Ah, pensamento! Nele rufam todos os tamborese ensurdeço-me aos gritos de prisões inclementes!Às vezes, apenas o gemido, dum bicho qualquer- ao silêncio transmutado em luto -que ferido se deixa arrastar de dores,que ferido desiste dos seus amores...Hoje, deixo-me completamente absorvidapelos encantos do silêncio que me desafia o sono.Dialogo com as minhas vidraçase perco-me pelas frestas das janelas...Dentro deste velho peito reconforto a Vidae afago as mínimas alegrias, para que floresçam...Apesar do entardecer... esqueço as ameaças.Apesar do entardecer... existe luz no meu olhar.Sílvia Mota e Natália Canais Nuno
Entrelaçamento poético realizado a partir do poema
"Apesar do entardecer", de Natália Canais Nuno,
publicado no Grupo Centelhas da Alma,
no Portal PEAPAZ
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 19/01/2014
Alterado em 23/04/2017
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.