Textos


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Entre ondas e areia...
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Sonho e sinto-me fera
por reptar conjunturas
cominadas ao tempo
vencido pelos navios
que me chegam ao cais
carregados de ilusão
e realidades surpresa.
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Oro e alheio-me santa
por negar santuários
entalhados à hipocrisia
parida pelos ventres
que se perdem na areia
encharcada de feiura
e apocalípticas mentiras.
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Anseio e perco-me demo
por ofertar pecados
cultivados pelo beijo
nascido aos meus seios
que encantam os mares
lúbricos de prazer
e fatídicas traições.
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Meu orgulho esvai-se
em sangue de lágrimas
ajoelhadas às dores
vermelhas do medo
e feiticeira e flor
perfumo um nada dourado
oculto às saudades.
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Deito-me lânguida
ao leito incandescente
da quimera onda e areia
e sereia eivo indecente
os lençóis macios da Morte
- única porta aberta
que me oferece a Vida.
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Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Rio de Janeiro, 19 de junho de 2010 - 23h03
 
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 19/01/2014
Alterado em 12/01/2017
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Imagem de cabeçalho: jenniferphoon/flickr