Lê meus poemas devagar...
como se me soubesses quem sou,
e me sentisses mulher
num canto macho de ti...
como se me fizesses dormir
enfeitiçasses meu olhar
ou anoitecesses meus cabelos...
como se me cerrasses a boca,
alisasses minha pele
ou aquietasses meus pelos...
como se me lambesses a orelha,
lisonjeasses meu pescoço
ou mordiscasses meus seios...
como se me esculpisses o umbigo,
burilasses minha virilha
ou transpusesses meu anseio...
como se me apertasses nas coxas,
acarinhasses meus joelhos
ou engalanasses meus pés...
como se me adentrasses o corpo,
fotografasses meu deleite
ou transcendesses meus sonhos...
como se me poupasses a vida,
contivesses meus suspiros
ou reverenciasses meus medos...
como se me ajeitasses na boca,
e me sentisses esvair
prá bem além dos teus ais...
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 23 de novembro de 2008 – 5h41