Textos


Leitura: técnica de estudo
 
Ler significa conhecer, interpretar, decifrar (LAKATOS; MARCONI, 1992, p. 15). É através da leitura que se adquire a maior parte dos conhecimentos, pois permite não só o alargamento, como também o aprofundamento do saber em determinada seara cultural ou científica.

Segundo Ângelo Domingos Salvador (1980, p. 100), ler significa “distinguir os elementos mais importantes daqueles que não o são e, depois, optar pelos mais representativos e mais sugestivos.” Assim, ler significa também eleger, escolher. João Bosco Medeiros (1997, p. 53) perfaz ao dizer que “a leitura é produzida, uma vez que o leitor interage com o autor do texto”, ou seja, autor e leitor têm que estabelecer um acordo mútuo, para que ocorra a boa leitura.

Na leitura com a finalidade específica de redigir um trabalho científico faz-se necessário identificar as informações e os detalhes relevantes indicados no material impresso, relacionando-os com o problema a ser resolvido. É imprescindível analisar a consistência das informações e dados coletados dos diversos autores.

Pode-se assim classificar as fases da leitura: exploratória, seletiva, analítica, interpretativa e crítica.

A leitura exploratória é a leitura rápida do material bibliográfico, com a finalidade de verificar a importância da obra para a pesquisa. Trata-se de fazer o reconhecimento da obra, adquirindo uma visão global desta: exame à folha de rosto, índices, notas de rodapé, prefácio, orelhas dos livros, o que não dispensa o conhecimento prévio do assunto.

A seleção é a determinação do material que realmente interessa à pesquisa. É importante visar os objetivos da pesquisa, para que não haver perda de tempo. É uma leitura mais profunda que a exploratória, mas ainda não é definitiva. Textos que foram deixados à parte num primeiro momento poderão ser consultados posteriormente, de acordo com as necessidades do pesquisador.

A leitura analítica é feita a partir dos textos selecionados. Analisar significa decompor, examinar sistematicamente os elementos que compõem o texto, com a finalidade de penetrar nas ideias do autor e compreender como o todo foi organizado. A finalidade é ordenar as informações obtidas, construindo o sumário.

Na leitura analítica o pesquisador deverá interpretar objetivamente o pensamento do autor. Antes de posicionar-se diante do tema, deverá, em primeiro lugar, compreender o assunto escolhido, através das seguintes etapas:
a)       leitura global: visão panorâmica da obra;
b)       identificação das ideias-chave: é retirar uma frase que possa sintetizar um parágrafo, e, ao longo do texto, selecionar alguns parágrafos que são mais explicativos. A correlação inteligente entre os parágrafos de um texto, levará à identificação das ideias mais importantes;
c)       hierarquização das ideias: é a organização das ideias seguindo a ordem de importância. É a distinção entre as ideias principais e as secundárias;
d)       sintetização das ideias: é a recomposição de tudo o que foi decomposto durante a análise, eliminando o que é secundário e fixando-se no essencial para a resolução do problema proposto.

A leitura interpretativa é o último processo de leitura das fontes bibliográficas. Interpretar, em sentido restrito é tomar uma posição própria a respeito das ideias enunciadas. O pesquisador necessitará ser cauteloso, pois nesse momento relaciona as afirmações do autor, sendo maior o risco de interferência subjetiva.
A primeira etapa da interpretação dá ao pesquisador uma visão mais aberta do pensamento global do autor e verifica como se relacionam. Em seguida, esse pensamento permitir-lhe-á localizar o autor num contexto cultural mais abrangente, através das posições por ele assumidas e serão feitas comparações das suas ideias com outros autores que tenham escrito sobre o mesmo tema.

Finalmente, será possível desenvolver um pensamento crítico/reflexivo a respeito do tema, uma tomada de posição, superando a estrita mensagem do texto. Será possível ler nas entrelinhas, forçar um diálogo, interrogar a matéria sob o ponto de vista particular, possibilitando fazer uma reelaboração pessoal do escrito em tela. A mensagem desenvolvida terá um cunho pessoal, com raciocínio individualizado. Neste momento, o pendor para criar um novo texto evidenciar-se-á, podendo ser utilizada escrita própria, com discussão e reflexão pessoais. É preciso maturidade para confrontar os seus pressupostos com os pressupostos do autor.

 
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 16/01/2014
Alterado em 25/09/2016
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