Psicodrama do amor
Serei sempre Eu; serás sempre Tu.
Mas, quando nos encontrarmos
a fim de colocar em linha nossos desencontros,
o eu de ti será meu eu e o eu de mim será teu eu;
arrancarei meu coração de mim e o doarei a ti,
arrancarás teu coração de ti e o doarás a mim;
rasgarás meu abdomen e tuas vísceras serão as minhas vísceras,
rasgarei teu abdomen e serei as vísceras de ti.
Sufocarás ao meu sufoco e sufocarei ao teu,
mas, salvos pelo ardor dos nossos poros,
tua pele respirará por mim e minha pele o fará por ti;
meu perfume será o teu e o teu será meu olor.
Enxergarás através do verde dos meus olhos
e eu, pelo multicolorido dos teus olhos,
pois assim te conhecerei por teus olhos
e me conhecerás por meus olhos.
Saberei quem és?
Saberás quem sou?
- Pouco importa! -
Corpo a corpo, sem distinguir quem somos;
gosto a gosto delirando às diferenças, unas.
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Sonho. Terra.
Cairei no teu chão.
Vagarás no meu paraíso.
Entrega. Prazer.
Molharás meu corpo.
Sugarei o que vier de ti.
Telúrico.
Divinal, encontro.
Paz.
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Eternos, mais tarde nos confundiremos, outra vez...
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E se o Meu Eu desertar para ser o Teu?
E se o Teu Eu desertar para ser o Meu?
NÃO!!!
POR FAVOR!!!
Não me permita ser, o tempo todo, Tu!
Não permitirei sejas, o tempo todo, Eu!
À minha insistência, deixa-me!
Deixar-te-ei, também, se persistires!
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Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 29 de dezembro de 2009 – 15h21
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 06/08/2012
Alterado em 06/08/2012
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