O Mundo por onde vivo
cerca-se por oceanos
e, para além desse encanto,
pontos terrestres em riste,
a um nada, tocam o céu!...
Encontro pelos caminhos
suave perfume das flores
a seduzir bem-te-vis,
que, em liberdade banal,
rodopiam na alegria...
Encontro nos arredores
o verde das cordilheiras,
que, visto de longe é azul,
de jaez inigualável...
Não se funde com o céu
em respeito à plenitude
esparzida ao derredor!
As terras por onde vivo
são tomadas por humanos
criados tão lindos, perfeitos...
mas, vaidosos e arrogantes,
narcisistas ditadores,
enveredaram depressa
pelos vícios da maldade...
e, ao tempo, estragaram-se
pela falta de cuidado...
As terras por onde vivo,
seja aqui, seja acolá,
são de Amor e muita Fé,
mas, o Ódio humano insano
desequilibra a balança
e muitos nem mais se lembram
do conceito de Justiça...
Essa “coisa” de Justiça,
vinda ao clamor da Igualdade,
recolhe-se envergonhada,
como se fosse a culpada
pela inversão dos valores
inclinados para o Mal...
Mais arriba, bem acima,
cingidas em desalento,
Esperança e Alegria
choram pranto inexaurível,
por receberem a alcunha
de utopia inútil e vã!
As terras por onde vivo
mostram por todos os lados
carne e pele, sangue e pus,
belo e feio, riso e lágrima,
discórdia e sabedoria,
ignorância e saber...
As terras por onde vivo,
onde passo minha Vida,
urdem minha Liberdade.
Preciso de Segurança,
ocultar em forte cofre
as jóias da minha vaidade.
Fujo ao medo dos ladrões,
ensurdeço ao estampido
de tantas balas perdidas,
jamais forjadas ao mel...
Mas, nas terras onde vivo,
tem valor em extinção -
existe ainda, intocável,
MEU CORAÇÃO DE POETA,
guardando – incólume – a PAZ,
a proteger as virtudes
jogadas todas ao léu...
Moram inda nessas terras
muitos outros corações
poetas e não poetas,
que ao exemplo do meu,
prosseguem inabaláveis
nesse caminho de sonhos,
achincalhado por tantos!
Enquanto houver pelo mundo
coração fidalgo e poeta
- nem que seja só o meu -
- ou quiçá, o teu e o meu? -
haverá resposta alerta
nascida de um verso rico,
ou de rima um tanto pobre,
talvez, de flor com amor,
ou, de sorriso com riso...
Pouco importa o bem rimar,
pois, cresce na acepção
ao traduzir-se em ação.
Nas terras por onde vivo
faz-se urgente difundir,
comprovar de vento a vento
o possível renascer
da virtude original,
que propõe aos homens todos
espalhados no Universo,
um igual senso do AMOR,
ter FÉ - certeza da PAZ!
Se o teu sonho for o meu
e o meu também for o teu,
nada será fantasia
NEM MAIS SONHO DE POETA!
Poema declamado no Primeiro Encontro de
Poetas Del Mundo em São Paulo - 2009. Reeditado.
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 20 de outubro de 2009 – 22h45
Dia Nacional do Poeta