Século XVII, hoje?
Estancaste o tempo!
Ventos frágeis de sonhos quebradiços
expungiram da tua passagem
as pegadas dos deuses,
firmadas, propositalmente,
para impetrares o presente...
Estancaste o tempo!
Aquelas punições execráveis,
aos pecados inexistentes,
dilaceraram, em tormento,
as faces culpadas dos inocentes,
cujos fantasmas ainda te perseguem...
Estancaste o tempo!
Berras ao vento, em alto som,
a feiúra da beleza constatada
e maculas o pudor dos bem-amados,
por trazeres no corpo e na mente
uma insana incompetência...
Estancaste o tempo!
A hostilidade do teu ruído,
teme a evolução do pensamento,
cujo maior deleite – quase excitante -
é sacudir o preconceito às cinzas
e exorcizar a inoperância do passado...
Os tempos mudaram, senhor!
Sob leis e decretos eloquentes,
registrados ao fel da inveja,
sob juízos covardes e camuflados,
jamais alcançarás meus significados:
serão pecado em ti, jamais em mim!
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 11 de outubro de 2009 – 17h42