Eu e as Cataratas na Foz do Rio Iguaçu
Se pudesse impregnar-me com a força das tuas águas,
e lacrimejar com elas o verde sonho dos meus olhos,
nenhuma lágrima vadia e sensabor invadiria meu destino,
a devastar-me as matas virginais, em nome do amor!
Se pudesse violentar-me, descer, vertiginosa, das alturas
e jorrar nesse ruído insano, que assusta e encanta,
nenhum sofrer inóxio alcançaria a timidez da minh’alma
e nem me jogaria, alquebrada e louca, nunca, ao chão!
Se pudesse ser a paz que escorre dessa selvageria,
que se alastra ao espanto de cada olhar que te admira,
nenhuma sôfrega inconstância venceria meus medos,
pois ao sabor de todos os obstáculos seria, como és, perene!
Se pudesse misturar minha beleza à tua e na leveza do céu,
em uníssono à maldade da terra, continuar pura e viva,
nenhuma ofensa adentraria os mistérios dos meus ouvidos,
pois seriam mansos e afáveis às veleidades satisfeitas!
Se pudesse invocar o verdejar dos caminhos que te levam a desaguar
naquele recanto de paz, onde a força do sol, o refúgio das nuvens
e as delícias dos ventos acalantam teus momentos de exibição ao mundo,
suplicaria aos céus, ser tua essência, para unir-me, em ti, ao Universo!
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz da Paz
Cabo Frio, 14 de outubro de 2009 – 23h02