Eu sou só a mulher só
Eu sou só a mulher, que de te amar foi chama
e numa sanha insana arfou aos teus apelos,
babou-se no teu ser e comedida em dama,
secou-te no negrume ardente dos cabelos...
Eu sou só a mulher, que só por ti reclama
ao sacrossanto véu de mil e um desvelos,
agasalhou-te o corpo e espinho d’uma rama,
frente à pagã paixão, ungiu-se nos teus pelos...
Eu sou só a mulher, que entusiasmou teu leito,
premiu na boca audaz, intrépida e menina,
o leite adocicado e abrasador do peito.
Eu sou só a mulher, que em múltiplo tormento,
amou-te até viver e, em desvalida sina,
em ti morreu de dor e se desfez ao vento...
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 15 de setembro de 2009 – 1h03