Textos


Crack
- acesso ao inferno através da droga -

Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz

A DROGA
O crack é droga resultante da mistura de cloridrato de cocaína (cocaína em pó), bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada. Apresenta-se sob o formato de pequeninos grãos, que são fumados em cachimbos. É mais barato que a cocaína, mas, como seu efeito dura muito pouco, acaba sendo usado em maiores quantidades, o que torna o vício muito caro, pois seu consumo passa a ser maior.

Droga do mais alto poder viciante, somente por experimentá-la, poderá o indivíduo viciar-se. Seis vezes mais potente que a cocaína, o crack provoca dependência física e leva à morte por sua ação fulminante sobre o sistema nervoso central e cardíaco.

“TODO USUÁRIO DE CRACK É UM CANDIDATO À MORTE” 

Os efeitos do crack são devastadores. Em 15 segundos chega ao cérebro e imediatamente produz seus efeitos: forte aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso, tremor muscular e excitação acentuada, sensações de aparente bem-estar, aumento da capacidade física e mental, indiferença à dor e ao cansaço. Tão rápidos quanto os prazeres físicos e psíquicos, os sintomas da síndrome de abstinência não demoram a se evidenciar. Em 15 minutos surge a necessidade de novamente inalar a fumaça de outra pedra, que não sendo satisfeita origina inevitável desgaste físico, prostração e depressão profunda.

A frase que ilustra o subtítulo em epígrafe é do farmacologista Dr. F. Varella de Carvalho. Assegura o profissional que o crack pode provocar lesões cerebrais irreversíveis por causa de sua concentração no sistema nervoso central.

BREVES ANTECEDENTES

O crack surgiu nos Estados Unidos nos anos de 1980. O Ministério da Saúde informa que o primeiro registro de uso da droga no Brasil é de 1989 e que, nos dias de hoje, o território brasileiro submete-se ao papel de rota para o tráfico internacional, fator decisivo no aumento do vício no país. Neste sentido, em 2005 o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), informava que 0,1% da população brasileira consumia crack.

CONTEXTO SOCIAL BRASILEIRO

O inferno sob a forma da droga invade os lares amealhando mais vítimas, a cada momento. Não importa a classe social. O fogo da destruição adentra lares ricos ou pobres, cultos ou não. Vítimas-alvo – os jovens.

Em publicação de junho de 2011 informa a Revista Veja: “Um milhão de brasileiros é dependente da mais perigosa das drogas. Ela não só acaba com a vida dessas pessoas: é devastadora para as famílias.”

CASUÍSTICA SOCIAL - GOIÂNIA (estadão.com.br)

Em 9 de janeiro de 2012 a Vara da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) retirou a guarda de três filhos de um casal viciado. Josiane Maria de Souza, de 32 anos, e Anderson Moura Viana, de 35, teriam colocado as crianças em risco para conseguir dinheiro que seria destinado à compra de crack. O caso ocorreu há dois anos, e as crianças - duas meninas e um menino - foram enviadas para o Conselho Tutelar sendo, mais tarde, adotadas. Semelhante é o caso ocorrido na noite de 8 de janeiro de 2012. Mulher foi presa em Goiânia quando trocava a filha de 2 meses por pedras de crack. Foi encontrada depois de denúncia anônima, na porta da casa de um traficante quando negociava o bebê, no Setor Parque Amazônia. Testemunhas viram-na a oferecer a criança, a várias pessoas num bar, ao preço de R$ 20. A criança ficará aos cuidados da avó, que terá sua guarda provisória.

FINALIDADE DO COMBATE

Erguem-se dois pilares no combate ao crack: repressão do tráfico e proteção à saúde.

TIPOS DE INTERNAÇÃO

A - Internação voluntária

Este tipo de internação ocorre pelo desejo do próprio paciente, que será alvo de crises de abstinência, caracterizadas pela presença de sintomas físicos e psíquicos de desconforto frente à interrupção do consumo de drogas. O apoio médico é imprescindível para evitar a desistência do tratamento por parte do paciente.

B - Internação involuntária

Prevista em lei desde 2001, a internação involuntária para usuários de crack com risco de morte ocorre sem a aquiescência do paciente, atendendo à rogativa de terceiros. Exige autorização de um médico e informação ao Ministério Público do estado, no prazo de 72 horas. São integrantes dos “consultórios de rua”: médico, enfermeiro e técnico de enfermagem, que avaliam se o dependente químico necessita da internação ainda que contra a própria vontade.

A primeira fase do tratamento é destinada à desintoxicação do paciente. Através de abordagens específicas é conscientizado a respeito da doença. Posteriormente, é integrado no processo terapêutico, sob a supervisão de equipe especializada. Não existem traumas nas intervenções involuntárias.

C - Internação compulsória

Difere da internação involuntária, porque ocorre a partir de determinação judicial. Esta modalidade foi adotada pela Prefeitura do Rio de Janeiro para menores de idade viciados em crack.

AÇÃO DE COMBATE NO RIO DE JANEIRO

Em 6 de janeiro de 2012, a Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) atuou através de equipes que percorreram o entorno da Rodoviária Novo Rio, Central do Brasil, Terminal Rodoviário Américo Fontenele, além das avenidas Presidentes Vargas e Rodrigues Alves. Pelos caminhos percorridos encontraram cachimbos de crack usados pelos usuários.

A ação granjeou apoio dos agentes do 5º BPM e da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e realizou-se por 18 funcionários da SMAS, entre psicólogos, educadores e assistentes sociais, que acolheram 43 adultos e 12 crianças e adolescentes, encaminhando-os para as unidades de abrigo da Rede de Proteção Especial do município. Os adultos foram para o abrigo de Paciência e as crianças e os adolescentes para a Central de Recepção Carioca.

CRÍTICAS FAVORÁVEIS ÀS OPERAÇÕES DE COMBATE

Ministro da Saúde Alexandre Padilha: “A proposta do governo é passar dos atuais 92 consultórios para 308 nos próximos quatro anos, com foco nas cidades com população superior a 100 mil habitantes.”

Diretor Regional da Associação Brasileira de Psiquiatria no Centro-Oeste, Salomão Rodrigues: “O paciente dependente de crack e comprometido precisa que alguém decida por ele. Ele está em um tratamento temporário. Não está sendo tirada a liberdade dele, mas garantido o direito à vida.” Segundo o médico, depois do período de desintoxicação, que dura de dez a 15 dias, a maioria dos usuários de drogas passa a concordar com a internação.

CRÍTICAS CONTRÁRIAS ÀS OPERAÇÕES DE COMBATE

Comissão dos Direitos Humanos da OAB, em 2011, sobre a internação compulsória no Município do Rio de Janeiro: “Recolher não é acolher”.

Presidente da Comissão Direitos Humanos da OAB, Margarida Pressburger, em 2011, sobre a condução de menores à Delegacia de Proteção da Criança e do Adolescente (DPCA) antes da internação: “Eles não são bandidos. O crime deles é não ter família e casa. E ainda terem se viciado. Confundem população de rua com animais. Lembra quando a carrocinha recolhia cachorros.”

MOTA, Sílvia. Crack: acesso ao inferno através da droga. PEAPAZ: poetas e escritores do amor e da paz. Disponível em: http://silviamota.ning.com/group/nao-as-drogas/forum/topics/crack-o...

Imagens capturadas na Internet, a partir do Google

Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 11/04/2012
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