Alejandra Pizarnik
Sílvia Mota
Alejandra Pizarnik (Buenos Aires, 29 de abril de 1936 - 25 de setembro de 1972), licenciou-se em Filosofia e Letras na Universidade de Buenos Aires. Mais tarde fixou-se em Paris até 1964. Neste período estudou Literatura Francesa em Sorbonne University e trabalhou nas sendas literárias a colaborar em diversos jornais e revistas com seus poemas e traduções. No campo das artes plásticas estudou pintura com Juan Batlle Planas.
Considerada pela crítica uma das maiores poetas (prefiro-o ao vocábulo "poetisa") argentinas da segunda metade do século XX, aos seus poemas oníricos, conceitualmente elegantes, diluem-se os sentimentos de angústia e amor, amargura e solidão. Lírica e surrealista, sente-se através dos próprios versos e, desta forma, é a razão do ser e do não ser, a mesma essência do poema escrito. Por vezes, sua poética motiva-se a cantar o silêncio e a tristeza, que se transformam em depressão, a partir do cotidiano. As palavras sofrem e angustiam-se ao efeito da quebra de fé. Sua morte ocorreu em 1972, fruto de profunda depressão.
Publicou em vida as obras:
La última inocencia (1956), Las aventuras perdidas (1958), Árbol de Diana (1962), Los trabajos y las noches (1965), Extracción de la piedra de locura (1968). Postumamente publicou-se, da sua autoria, Textos de Sombra y últimos poemas, obra que congrega textos publicados em revistas desde 1963 e poemas do final da sua vida, inéditos até então.
A obra "Poesias completas" (anexo) incluem: Árbol de Diana, Los trabajos y las noches, Extracción de la piedra la locura, El infierno musical, além de várias antologias.
A ÚNICA HERIDA
¿Qué bestia caída de pasmo
se arrastra por mi sangre
y quiere salvarse?
He aquí lo difícil:
caminar por las calles
y señalar el cielo o la tierra.