Quando o poeta morre...
O inspirador poeta elege a eternidade,
se ao verdejar do campo erige em aliança
o florescer do sol às rimas da esperança
e deixa-se viver às cores da saudade.
O vate, quando é morto, assume a insanidade,
desfaz-se ao lusco fusco – espalha-se criança,
em sonhos se refaz, de si é a própria herança,
constrói novo infinito em paz e sem maldade.
A morte do poeta exala tal perfume,
que a boca então calada orvalha um tom asceta,
seduz em beijos luz enamorado ardume.
Na morte do poeta há reviver bisonho,
porque se a um verso só esvai-se o ser poeta,
à luz do mesmo verso esteia um belo sonho!
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Rio de Janeiro, 24 de março de 2012
Imagem principal: Homero, grande poeta da Antiguidade