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Fidelidade e Lealdade no Mundo Virtual

 

A depressão é um tiro no escuro. Os estragos somente são visíveis depois que as luzes se acendem. E afirmo, sem receio de errar, que se não utilizado do modo correto o mundo virtual contribui em muito para o estabelecimento e/ou o aumento do mal. 

A dedicação exagerada/somente às coisas da Internet retira do indivíduo a possibilidade e riqueza de vivenciar as situações (boas ou más) no mundo real. 

Quem se alheia totalmente à vida, postando-se à frente de um computador, ostenta alguma dificuldade – momentânea ou contínua. Pessoas de boa índole são produtivas e buscam nessa atividade manter a mente em ação, transformando seu trabalho em teoria aplicável ao mundo real. Por outro lado, pessoas de má índole passam o tempo a arquitetar inveja e destruição; farejam as carências das demais pessoas e, a exemplo das cobras, permanecem escondidas, alertas para acertar o bote. 

A linguagem utilizada é sempre a mesma. Aproximam-se e, no dia seguinte, nomeiam-te o melhor amigo, quiçá irmão. Mas, é bom dizer, que as palavras FIDELIDADE e LEALDADE, características imprescindíveis ao estabelecimento das relações entre amigos e/ou irmãos, possuem significados diferentes. Aí se encontra, também, a diferença entre quem se deve acatar como amigo ou irmão.

Pode-se considerar a FIDELIDADE como ação em curto prazo, ligeira, temporal. A LEALDADE prevê ação a longo prazo, diuturna. Pelo acurado desenrolar que a envolve, não nasce de um momento para o outro; requer tempo e pode tornar-se duradoura, porque os seres humanos leais o são em qualquer situação.

Compra-se a FIDELIDADE e para isto basta ir a um cartório e pagar por uma certidão de nascimento autenticada; mas a LEALDADE não pode ser comprada. A falha detectada através da INFIDELIDADE pode ser circunstancial, mas a falha decorrente da LEALDADE será sempre moral.

Um indivíduo LEAL respeita uma ordem de valores sui generis que se evidencia quando os interesses do próximo sobrepõem-se aos eventuais interesses próprios. Quem é LEAL é solidário e, como tal, vê-se no Outro, desejando-lhe o mesmo que deseja a si. Numa situação de conflito não omite. Antes, cientifica a quem deve LEALDADE. Não é suficiente que a INFORMAÇÃO seja verdadeira, mas cumpre que seja razoavelmente completa. Carece estar desobrigada de qualquer representação falsa da realidade, mas também, exaustiva, sem ocultação de qualquer dado relevante, sobretudo quando diz respeito aos relacionamentos de amor, amizade ou mera confiança. Assim, a veracidade das informações põe-se como desígnio imperioso à assunção das decisões.

Pouco importa se a ação/relação ocorre no mundo real ou no mundo virtual. Os indivíduos infiéis e/ou desleais o serão, sob quaisquer dessas hipóteses. Apenas, o mundo virtual é mais propício aos embusteiros, porque favorece o anonimato ou a mentira da qual se almeja exaurir proveito.

O engano, através do ardil ou da fraude, afronta o Princípio da Boa Fé, de tal forma que cria na mens do destinatário uma atividade cognitiva falsa em relação à realidade. Isto não denota que qualquer atitude será válida no sentido de induzir ao erro, pois este deve emanar de um conjunto de fatores que deformam determinada conjuntura, instituindo um espaço propício e idôneo a abarcar a mens do Outro, ao qual se dirige. Conquanto específica, trata-se de ação fácil aos desonestos, que antes de tudo o são contra si mesmos.

Ao encontrar terreno fértil às suas maldades – por inocência ou carência do Outro - e alcançado seu objetivo, o FALAZ indivíduo afasta-se, irresponsavelmente, deixando para trás a ruína e o caos.

Para que pessoas desse jaez não prosperem é necessário o desenvolvimento dos sentidos, de forma tão aguçada, como se treinássemos um animal para farejar a carniça.

Rio de Janeiro, 8 de maio de 2011 – 4h12
Reeditado em 15 de novembro de 2011 – 15h16

Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 15/11/2011
Alterado em 15/11/2011
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