Refutação às mágoas de Ginevra
Perdi teu olhar esfuziante
ao silêncio duvidoso
e angustiante do depois,
ao mesmo tempo que teu rosto
refletia-se empedrado
na maciez das nuvens.
Não beijastes meus beijos,
não sonhastes meus sonhos,
não te fostes em mim
como me fui em ti,
entre olhares e afagos
emudecidos ao vento.
Se me encontrares
a fitar com insistência
os olhos d’água brilhantes
do riacho que chora,
não me penses Narciso –
busco-te na minha solidão.
Rio de Janeiro, 2 de julho de 2011 – 1h17