Ai, qui sodade d'ocê!
As veiz mi azedo cumigo,
ficu assim a mi alembrá
[i parece inté castigo!]
dus meus zóio ao deus dará,
pelas banda do cacau!
Tão verdinhus, cordimar,
meus zóio abirobavam
os moço no meu quintar,
quanta bola qui me davam
muquiranas varapau!
Meus cabelu tão cumpriiiiiidu,
da cor das ave graúna -
cheinho de brio azuladu,
incantava inté laguna
vermeiada ao colorau!
Meu corpo de virge moça
amansava homi estrompa
pruvocava tudim na roça -
meu híme que num si rompa
aos bugalho varapau!
Meus beiço feito pr'ocê
tinham chero madrugada
i gostu di anoitecê,
mi faziam cubiçada
pelus bom i pelus mau!
M’aieu só quiria vancê,
qui infiliz, num mi quiria.
Ai! Qui sodade d'ocê!
Os beijo qui num vivia
sonhei nocê galalau...
Rio de Janeiro, 10 de abril de 2011 – 12h09.