Teu perfume na minha vida
Amor,
Escrevo este bilhete, para dizer-te que...
Um dia, transformada em flor, enveredei pelas florestas da vida... Os cipós enroscaram-se na tentativa de atrapalhar-me o caminho, os espinhos machucaram-me e os ventos tentaram despetalar-me... Escorreguei nos bueiros, fui apenas sentimento e quase me permiti levar pela brisa mais leve e suave... Frágil e fraca vi-me a procurar a curva daquele abraço perdido nos meus sonhos... Alheia às dificuldades, permaneci flor. A cada aventura bizarra realcei mais e mais linda fui, até perceber que existe um único sentido na vida - o Amor! Assim, não importa quando ou como, basta-me a certeza de que ao prosseguir flor reencontrarei o meu perfume em um cantinho qualquer escondido no teu corpo.
Com ternura,
Tua rosa vermelha.
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Rio de Janeiro, 27 de setembro de 1988 – à tarde