Textos


Pânico e tristeza!
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Sim...

Fui atingida pelo desencanto
da desconfiança escondida na confiança
que depositei na tua forma de me olhar!
Sim, eu...


Fui aviltada pela certeza encantada
de que não serias capaz de ofender-me,
pela amizade minha que entreguei a ti!
Sim, eu...


Amei teus filhos todos, um a um,
como se amasse todos os meus,
comparando-os na pureza e na dor!
Sim, eu...


Em cada pedaço de pão quentinho,
borrado de manteiga ou requeijão,
desejei que degustassem o que jamais tiveram!
Sim, eu...


A cada visita ao shopping preferido,
escolhi roupinhas e brinquedos,
no afã de oferecer-lhes o até então inalcançável!
Sim, eu...


Ensinei-lhes os caminhos dos primeiros versos
e meu coração sorriu à declamação juvenil,
que arrancou brilhantes lágrimas dos teus olhos!
Sim, eu...

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Mas...

Sucumbiste à cobiça das coisas materiais
e esqueceste todas as compaixões,
pois num segundo roubaste a minha Confiança!
Sim, tu...


Entraste na minha vida da forma mais sublime,
pelos caminhos do Respeito Humanístico,
mas escolheste sair pelas vias da Descrença e Dor!
Sim, tu...


Escandalizaste meus pudores,
ao desvendar no fogo do teu olhar
uma impureza sórdida forjada ao Desrespeito!
Sim, tu...


Arreganhei-te as portas todas do meu lar,
sob os aplausos inocentes da minha Certeza,
mas quebraste os vasos dourados da Amizade!
Sim, tu...


Confiei-te a guarda de joias e pertences valiosos,
mas, traíste em cada recanto,
as riquezas mais lindas do meu Coração!
Sim, tu...


Desonraste os ensinamentos do teu deus,
evocado sempre de forma viçosa e altaneira,
para louvar a própria Honestidade!
Sim, tu...
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E, agora...
 
Agora, sem palavras, compreendo os sentimentos,
as maledicências, as manias e os esconderijos
que leio no medo de tantos olhares!


Ao perceber tua farsa, tua impostura,
nos teus furtos, perdi um pouco de mim,
mas, a Sociedade perdeu mais, ao te perderes.


Agora, em silêncio doído, confesso-te meu pânico,
ao barulho dos alarmes ensurdecedores,
que cortaram a noite em mil traições!


Estendo-te as mãos às quais infundistes pavor
e mostro-te as feridas dos ouvidos terrificados,
que escutaram mais do que a própria realidade!


Eu, que canto e me encanto
aos olores do Amor e da Paz,
propagando-os aos quatro cantos por onde vou...


Eu agora choro e suplico aos meus deuses,
as forças todas do Universo, para não desejar teu mal!
Sim, eu... tua vítima, cruel ladrão!


Em busca de afastar este medo veemente
de ser fruto da tua iniquidade na próxima noite,
ouço as estrelas todas omitirem-se no céu!


Em todas as nuvens declaro um inimigo,
ignoro a paz do orvalho na pétala da rosa,
desconheço os humanos... e só confio no meu cão!


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À tristeza posterior a uma noite de pânico...
A uma família simples e pobre, que me conquistou para logo depois desiludir-me,
ao evidenciar que sua grande pobreza era/é a do espírito.
O primeiro motivo, entre tantos outros, que me fez abandonar um paraíso edificado em Cabo Frio.
Ilustra o poema: Poetrix, meu Rottweiler querido e amigo - foto de março de 2009.

Cabo Frio, 18 de dezembro de 2009 – 21h45
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 13/02/2010
Alterado em 23/12/2017
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Imagem de cabeçalho: jenniferphoon/flickr