Só teu este soneto louco
Despejas manso olhar ao verso em tom de alento,
farfalhos de prazer, desejos lado a lado...
Procuras em mim boca o recitar ciumento,
às cores do arrebol - acolho-te calado!
Deslizas meu pendor além do pensamento
e à flor do meu destino esfregas-te excitado...
Arrastas-me na rima e sou-te cata-vento,
na métrica do abraço – afrontas-me abusado!
Assim, nesse vai e vem, em sonho, pouco a pouco,
desfaço-me em suspiro e sou tua nudeza,
beleza em cada verso - um dom que é quase louco!
No meu soneto, enfim, ressalto a ambiguidade:
se buscas meu pecado - encontras-me pureza,
se pedes meu pudor – revelo-te maldade!
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 15 de setembro de 2009 – 18h41
Reeditado: Rio de Janeiro, 25 de outubro de 2012 – 20h48