Recitar Nam-Myoho-Rengue-Kyo
- explicação científica -
Por quê recitar o Nam-Myoho-rengue-kyo?
Há uma explicação científica para a prática da fé?
É possível explicar cientificamente o efeito produzido sobre uma pessoa quando recita o Nam-Myoho-rengue-kyo diante do Gohonzon?
Antes de qualquer coisa, recitar o Nam-myoho-rengue-kyo diante do Gohonzon é uma "conversação" entre a energia que existe intrinsecamente na vida do universo e na do homem; um fenômeno de interação entre a vida individual e a vida universal.
A compreensão da vida humana não é total no estágio atual da ciência mas, se esta se desenvolver de maneira notável poderá explicar parcial e teoricamente o fenômeno "vida". Neste plano, há o que se chama de ritmo biológico: todos os seres vivos têm um ritmo constante que lhes é próprio e que se harmoniza com o da natureza. Em sua obra intitulada Argumento Geral sobre a Medicina, o Dr. Sawagata, da Universidade de Osaka, diz: "Cada um possui em si sua própria vida, que é por conseguinte a razão de ser de sua individualidade. Em outras palavras, a vida parece uma onda que é parte integrante do imenso oceano da vida universal... Diz-se que é preciso dar a força da vida à cada homem, mas isso deve despertar nele a consciência da existência desta grande vida da qual cada vida é um elemento."
Esta frase explica que cada ser vivo possui um ritmo constante e próprio harmonizando-se com o da natureza. O aspecto real da vida humana é de um lado, possuir a unidade interior animada por este ritmo biológico que se pode qualificar de "força motriz" e, de outro lado, desdobrar uma força ativa com respeito ao mundo exterior. Quando se busca em profundidade a razão de ser da vida e a fonte original da energia vital, pode-se chegar à concepção da vida do Universo. Eis o que é a filosofia da Lei Budista. Por outro lado, a energia-vital, que brota da fonte original e criadora da vida do universo, possuiu sempre a força motriz e a força da ação. Estas duas forças são capazes forte e rapidamente, de ampliar o ritmo da vida ao nível do universo; seguramente, no Gohonzon, esconde-se a energia fundamental da vida que enche este universo.
A recitação do Nam-myoho-rengue-kyo é o meio de prática a fim de provocar uma ligação com o Gohonzon, em nível de ação humana. E é por isso que quando se pratica diante do Gohonzon, empenhando todo o ser, a corrente da vida original do universo penetra na vida humana, fortificando a força motriz e a força da ação que aí existem intrinsecamente, dando-lhes o caráter de forças positivas. Por assim dizer, a recitação do Nam-myoho-rengue-kyo tem por finalidade captar a energia original da vida do universo instaurando firmemente o ritmo da Lei Mística na vida humana. Em consequência, fortificando estas duas forças, uma boa saúde poderá ser adquirida graças à harmonia física do corpo adaptando-se bem ao ritmo da natureza. Por outro lado, no domínio espiritual, poder-se-á manter um discernimento perfeitamente rigoroso e um raciocínio claro.
Segundo a experiência médica, é possível, por exemplo, pela audição contínua de um certo som, provocar a mudança do PH no sangue, acarretando assim uma modificação favorável ou desfavorável no corpo. Portanto, pela recitação do Daimoku, e graças ao seu ritmo harmonioso, pode-se favoravelmente manter o sangue a um grau de PH que convenha à vida. Os músicos dizem que o Daimoku possui o compasso a 6/8, considerado um dos mais agradáveis. Pode-se dizer que o ritmo de Daimoku é, de modo notável, ao mesmo tempo o ritmo da natureza e o ritmo da vida humana. Por outro lado, sobressai do estudo da psicossomática que o corpo e o espírito associam-se estreita e mutuamente. Numerosas experiências provam a possibilidade de se obter a felicidade através da força vital fortificada, no domínio físico e espiritual, pela recitação do Daimoku.
Se consideramos como "científica" a lei da causalidade, não se poderia dizer que a recitação do Daimoku dá formalmente a prova real, quaisquer que sejam as épocas, o lugar e a raça? E, também, que o Nam-myoho-rengue-kyo inscrito por Nitiren Daishonin é uma lei: a mais científica das leis? O significado do Gohonzon, o objeto de devoção da fé na prática do Budismo de Nitiren Daishonin, não está no sentido literal de seus caracteres, mas sim no fato de que ele incorpora a vida do Buda Original, ou a Lei do Nam-myoho-rengue-kyo.
A simples capacidade de ler o que está escrito no Gohonzon não traz nenhum benefício extraordinário, tampouco significa que a pessoa realmente o compreende. Alguns dos caracteres contidos no Gohonzon representam personagens históricos, figuras míticas ou deuses budistas. Nitiren Daishonin utilizou-os para representar as funções do Universo e da nossa própria vida. Todas essas funções estão reunidas em torno da Lei do Nam-myoho-rengue-kyo. Portanto, o Gohonzon é a personificação da vida do Buda dentro de nós.
Em certa ocasião, o segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, explicou o seguinte sobre o propósito de abraçar o Gohonzon: "O poder natural dos seres humanos é muito fraco. Por mais que tente viver do seu modo, no final, as pessoas são facilmente influenciadas pelos outros e por fatores externos […] Acredito que não há outra forma para tornar a vida mais forte, mais feliz e mais brilhante a não ser viver o budismo de itinen sanzen (um único instante da vida contém os dez mil mundos) e a possessão mútua dos dez mundos. Essa é a filosofia fundamental que Nitiren Daishonin pronunciou ao vasto Universo há mais de setecentos anos. Ele percebeu a ignorância que as pessoas tinham sobre esse profundo princípio e concedeu-lhes a gema do itinen sanzen para que pudesse alcançar a felicidade absoluta. Essa gema de itinen sanzen nada mais é senão o Dai-Gohonzon que ele inscreveu […]" (Buddhism in Action, v. 7, p. 107-108).
O Gohonzon, de certo modo, pode ser comparado a um mapa que indica a localização do supremo tesouro da vida e do Universo - a Lei Mística do Nam-myoho-rengue-kyo. Esse mapa nos revela que o tesouro pode ser encontrado dentro de nós. Para aqueles que conseguem compreender o mapa, ele não é apenas um pedaço de papel, mas sim um objeto inestimável, um tesouro, ou seja, é a condição e o potencial supremos da própria vida. Entretanto, para aqueles que não conseguem captar essa mensagem, o valor do mapa se reduz a um mero pergaminho.
Conforme Nitiren Daishonin afirmou: "Uma pessoa cega não pode ver os caracteres do Sutra de Lótus (o Gohonzon). Os olhos de um mortal comum os veem apenas em cor preta. As pessoas dos Dois Veículos (Erudição e Absorção) os veem vagamente, sem cor. Os Bodhisattvas os veem em diferentes cores, ao passo que uma pessoa cujas sementes da iluminação amadureceram plenamente os veem como budas. Dessa forma, o sutra afirma: "Aquele que pode manter este sutra, estará sustentando o corpo do Buda" (The Major Writings of Nichiren Daishonin, v. VII, p. 112).
Como então podemos compreender corretamente esse mapa para chegar ao tesouro para o qual ele nos leva? Nitiren Daishonin nos encoraja com as seguintes palavras: "Quanto recitar a Lei Mística e ler o Sutra de Lótus, deve evidenciar a forte convicção de que o Myoho-rengue-kyo é a sua própria vida" (The Major Writings of Nichiren Daishonin, v. I, p. 4). Em outras palavras, Nitiren Daishonin nos ensina que a vida é o maior tesouro. A esse respeito ele ainda escreve: "Nunca procure o Gohonzon em outros lugares. Ele somente pode habitar no coração das pessoas comuns como nós que abraçam o Sutra de Lótus e recitam o Nam-myoho-rengue-kyo" (END, v. I, p. 325). Essa compreensão é o que o budismo chama de iluminação.
Para transmitir essa mensagem, Nitiren Daishonin utilizou a teoria de itinen sanzen - em especial a possessão mútua dos Dez Estados - como a base para a imagem gráfica do Gohonzon. O Gohonzon é o próprio mundo do estado de Buda, no qual todos os outros mundos estão representados. Essa é a descrição da possessão mútua.
No centro do Gohonzon, de cima para baixo, está escrito Nam-myoho-rengue-kyo-Nitiren. Esses caracteres ilustram a unicidade de Pessoa e Lei, ou significam que a vida de Nitiren Daishonin incorpora a Lei Mística. A esse respeito ele escreveu: "A alma de Nitiren é o próprio Nam-myoho-rengue-kyo" (MWND, v. I, p. 120). Isso também demonstra que fundamentalmente a nossa vida e a Lei de Nam-myoho-rengue-kyo são unas e inseparáveis, conforme Nitiren Daishonin comprovou durante toda a sua vida. Em outras palavras, a inscrição Nam-myoho-rengue-kyo-Nitiren nos diz que temos qualidades idênticas às da vida do Buda Original.
Na mesma proporção que nos empenhamos e oramos em prol do Kossen-rufu e com o mesmo desejo de Daishonin, podemos manifestar a coragem, a esperança e a sabedoria. Isto é o que o Buda quis dizer quando escreveu: "O senhor próprio é um buda que possui as três propriedades iluminadas. Deve recitar o Nam-myoho-rengue-kyo com essa convicção" (MWND, p. 30).
À esquerda e à direita da inscrição Nam-myoho-rengue-kyo-Nitiren estão várias figuras budistas representando os Dez Mundos na vida de Nitiren Daishonin. O Buda as incluiu no Gohonzon para mostrar que até a sua vida contém inerentemente os nove mundos inferiores. Ao escrever em destaque Nam-myoho-rengue-kyo-Nitiren no centro com os outros caracteres menores ao redor, Daishonin explica graficamente que as figuras que estão representando os nove mundos inferiores estão iluminadas pela Lei Mística, conforme ele escreve: "Banhados pela brilhante luz dos cinco caracteres da Lei Mística, eles revelam a natureza iluminada que possuem inerentemente. Este é o verdadeiro objeto de devoção da fé". (MWND, p. 212). Em outras palavras, essas figuras representam os nove mundos que estão contidos no mundo do estado de Buda.
A forma como os Dez Mundos são representados no Gohonzon varia. Em alguns Gohonzon cada um dos Dez Mundos é representado por um caractere ou caracteres que aparecem nas escrituras budistas. Entretanto, em outros, os Dez Mundos estão representados em grupos como os Quatro Caminhos ou Mundos Nobres. Nitiren Daishonin utilizou os dois estilos e assim também o fizeram os sumo-prelados posteriormente.
Fonte de pesquisa: http://rengue.uniblog.com.br/117391/recitar-nam-myoho-rengue-kyo---explicacao-cientifica.html. Acesso em: 13 dez. 2007.