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Destino traçado... na morte de mim...


Ah, grito insano!...
O grito escondido,
quase perdido,
a sufocar
no meu silêncio...
Um dia foi ouvido
por ouvidos moucos.

De que valerá?...
As pérolas todas
perderam a cor,
foram jogadas ao mar,
atadas às minhas palavras...
Fico a procurar certezas,
reviro miudezas
e em meio às dúvidas
sufoco ao desespero.

Enlouquecem-me as desesperanças,
confunde-me esta existência
sem vida própria...
Minhas pérolas já não existem
e sem elas, nem eu...

Aventuro-me por mim,
busco adaptar-me
às mesmices crônicas,
ao pão de cada dia
e ao azedume do vinho...
Mas vem o frio intenso
a cortar sentimentos
e lembro-me,
ao arrepio dorido da pele,
que não tenho agasalho...

Minh’alma então congela...
irreversivelmente.



Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2010 - 4h45.
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz e Anna Karenina
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 29/04/2011
Alterado em 23/08/2011
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