Meu Diário
20/07/2016 18h08
03-11-1983 - O Budismo de Nitiren Daishonin na minha vida

22 de outubro de 1983 - pelas letras benevolentes de Dna. Madalena Landi, conheci o Budismo de Nitiren Daishonin. Essa lembrança é para sempre. Às vésperas do nascimento de Gabriel Mota Felinto, estava com Arnóbio pai e Arnóbio Felinto no Restaurante La Gôndola (em Copacabana) e Dna. Madalena foi encontrar-se comigo. Detalhe: não nos conhecíamos pessoalmente. Disse-me à época: "Aqui está a chave para a sua felicidade. Você só não a usa se não quiser." Saudades...

A Flor de Lótus é o símbolo do Budismo. Em japonês diz-se RENGUE.

A mensagem budista é de que independente das circunstâncias vividas, por mais duras sejam estas, podemos revelar o Estado de Buda inerente em nossas vidas. Alcançar o Estado de Buda é manifestar força e sabedoria para tornarmo-nos seres humanos mais benevolentes e ricos de boa sorte. Para tal, os budistas recitam/oram diariamente o Daimoku - mantra NAM-MYOHO-RENGUE-KYO, que, numa visão geral significa: Eu me devoto à Lei Mística de Causa e Efeito, através do ritmo universal.

MYOHO-RENGUE-KYO é o título do Sutra de Lótus exposto pelo Buda Sakyamuni (fundador do Budismo) e o NAM foi acrescentado pelo Buda Original Nitiren Daishonin (Buda da nossa Era).

NAM = devoção (não é adoração).

MYOHO = Lei Mística. Místico significa difícil de discernir. HO corresponde a todos os fenômenos que podem ser percebidos pelos nossos sentidos, enquanto MYO relaciona-se aos aspectos da vida que não podem ser percebidos.

RENGUE = Flor de Lótus = nasce ao mesmo tempo em que brota sua semente, fato que ocorre em raríssimas espécies do reino vegetal. Simboliza a simultaneidade da Lei de Causa e Efeito. A Flor de Lótus nasce no pântano e, quanto mais imundo esse pântano, mais branca e pura ela floresce.

KYO denota as vozes e sons de todos os seres vivos. O som nunca se interrompe, expandindo-se pelo Universo.

É uma filosofia de vida muito bonita e pura.

Como demonstrei acima, recebi o NAM-MYOHO-RENGUE-KYO pelas mãos de Dna. Madalena Landi, uma senhora com plena convicção de que através do budismo, nenhuma oração permanece sem resposta.

Pois bem, no dia 3 de novembro de 1983, acabara de trazer ao mundo o meu segundo filho Gabriel Mota Felinto e, ainda na maternidade da Beneficência Portuguesa, Catete, no Rio de Janeiro, sua vida corria perigo. Disse-me um dos médicos (friamente e sem nenhum cuidado com os meus sentimentos):

- A senhora deve ter fumado muito durante a gravidez, para que isso acontecesse...

- Mas, doutor, eu nunca fumei na minha vida!

- Então, a senhora deve ter ingerido bebidas alcoólicas...

- Também não bebo, doutor... tenho horror a bebidas alcoólicas!...

- Bem... se o seu filho não vier para o quarto, até as cinco horas da manhã, prepara o coração para o pior.

Entrei em desespero!

O nosso amigo Henrique Landi, filho de Dna. Madalena Landi, que então era namorado da minha cunhada Graça Felinto (hoje são casados, com dois filhos e muito felizes), estava presente naquele momento e revelou-nos, após a saída do médico, sua revolta com aquela interferência desumana:

- Mas, como não sou o pai, fiquei calado...

Chorei muito.

Minhas visitas foram embora.

Dna. Madalena, que nem me conhecia direito, ao saber do meu problema através do filho, telefonou-me imediatamente, na tentativa de convencer-me a recitar o mantra acima referido, sob a determinação de que o meu filhinho viveria para contribuir para o estabelecimento da Paz Mundial.

Em desespero, disse-lhe:

- Dna. Madalena, a minha vida inteira dediquei-me às orações cristãs. Como, mudar agora, quando o meu filhinho corre risco de morte, se nem ao menos compreendo o significado desse mantra?

Respondeu-me a querida senhora:

- Quando você toma um remédio, compreende a bula médica?

Respondi-lhe:

- Não.

Ao que Dna. Madalena acrescentou:

- Pois recite o NAM-MYOHO-RENGUE-KYO, como se estivesse a tomar um remédio para curar o seu mal. Faça isso e determine, do fundo do seu coração, que o seu filhinho será um grande valor para a Paz Mundial.

Tão forte e convicta foi a sua palavra, que, mal desliguei o telefone, conversei com o ser transcendental ao qual recorria nos momentos de dificuldade:

- Deus, se você é tão bom como todos me ensinaram até hoje, compreenderá o meu desespero, neste momento no qual desejo o meu filhinho vivo e, para que isso ocorra, mudarei a minha oração, até que a enfermeira o traga para os meus braços.

Dito isso, em voz alta, iniciei a recitação do Daimoku, pela noite adentro... As lágrimas escorriam pelo meu rosto...

Faltavam exatamente 3 minutos para as cinco horas da manhã, quando o meu filhinho veio para os meus braços, tão belo! Naquela noite, comprovei a força do NAM-MYOHO-RENGUE-KYO na minha vida. No ano seguinte, em maio de 1984, converti-me ao budismo de Nitiren Daishonin.

Abaixo, fotografia do dia seguinte ao nascimento, com Gabriel nos meus braços, rodeado pelo irmãozinho Arnóbio Felinto e pela família paterna: minha sogra Dna. Amália Felinto e  minhas cunhadas Wilma Felinto e Lúcia Felinto.

O butsudã que protege o meu Gohonzon - objeto de devoção budista -pergaminho sagrado, onde se inscrevem as forças do Universo e o seu equilíbrio através do NAM-MYOHO-RENGUE-KYO.

Frente ao Gohonzon, realizo os meus desafios através da recitação diária do Gongyo e do Daimoku e transformo a minha vida dia a dia.

 

 


Publicado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 20/07/2016 às 18h08
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